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Indústria da moda depende de combustíveis fósseis, aponta relatório

As "roupas sustentáveis" são, cada vez mais, a aposta das empresas para fazer a publicidade de suas  coleções. A indústria da moda, porém, é a segunda mais poluidora do mundo, ficando atrás somente da petrolífera, de acordo com levantamento da Global Fashion Agenda de 2022. A pesquisa avaliou que foram descartados mais de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis nos últimos anos. Também, segundo a ONU News, 2% a 8% do volume global de emissões de carbono é produzido por essa indústria e o tingimento de tecidos é a maior causa da poluição de fontes de água no mundo. Neste ano, o relatório "Qual o Combustível da Moda?" (na tradução para o português), publicado pela Fashion Revolution, observou 250 das maiores marcas do setor para analisar a transparência dos dados que disponibilizam sobre o uso de combustíveis fósseis nos processos de produção. "Das fibras agrícolas ao acabamento de tecidos", conforme destaca o documento, foi notada uma grande dependência do carbono por essas empresas.


"Enquanto 58% das marcas divulgam metas de materiais sustentáveis, apenas 11% revelam as fontes de energia de sua cadeia de suprimentos, o que significa que roupas 'sustentáveis' ainda podem ser feitas em fábricas movidas a combustíveis fósseis", aponta o relatório. De acordo com a pesquisa, foi percebida uma falta de compromisso com a descarbonização e que as marcas não estão atingindo metas climáticas. Os dados mostram que 86% das empresas não apresentam uma meta pública de eliminação gradual do carvão nos processos, e que 94% funcionam sem uma meta pública de energia renovável na cadeia produtiva. Além disso, o documento constatou uma não transparência na superprodução e que as empresas estão focando em soluções falsas. Os números resultam em que 89% das grandes marcas de moda não divulgam quantas roupas produzem anualmente e, dentre essas, 45% também não revelam a pegada de emissões das matérias-primas do que é produzido.


O relatório conclui que "apesar da crescente crise climática, as metas de redução das grandes marcas não são ambiciosas o suficiente para atingir a meta global de limitar o aumento de temperatura a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais". Esse objetivo global foi assinado por 195 países no Acordo de Paris, em 2015, para que houvesse um compromisso dos governos em responder às mudanças climáticas. Focando na transparência de grandes empresas, a pesquisa possibilita que se avalie os problemas da indústria da moda e que, assim, possam ser desenvolvidos planos para lidar com os impactos causados por esse setor. Isso também permite que a sociedade responsabilize as marcas em relação às ameaças ambientais e aos direitos humanos, conforme a ONU declarou, em 2022, que as pessoas têm direito a um "meio ambiente limpo, saudável e sustentável".



Toneladas de peças descartadas no deserto do Atacama, no Chile. (Fonte: Reprodução / MARTIN BERNETTI /Getty Images)


Para entender melhor sobre como o relatório "Qual o Combustível da Moda?" foi desenvolvido e ver essas informações de forma mais detalhada, acesse: What Fuels Fashion? by Fashion Revolution - Issuu (disponível apenas em inglês). O site do movimento Fashion Revolution também explica o documento e pode ser traduzido para o português automaticamente nos navegadores, como o Google Chrome: What Fuels Fashion? : Fashion Revolution.


Redatora: Mylena Larrubia


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