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Mylena Larrubia

Metas ambiciosas: redução de lixo plástico nos oceanos é crucial para o futuro marinho

Um estudo recente conduzido por cientistas japoneses aponta que, para mitigar a crescente poluição marinha, é imprescindível que a quantidade de lixo plástico nos oceanos seja reduzida em 32% até 2035. A pesquisa, publicada na renomada revista Marine Pollution Bulletin, destaca a gravidade da poluição provocada não apenas por plásticos volumosos, mas também por microplásticos, que são partículas com menos de 5 milímetros.

Chisa Higuchi, principal autora da pesquisa, compartilhou que seu trabalho visa rastrear o destino dos resíduos plásticos após serem liberados em ambientes aquáticos, como rios e oceanos. "Utilizamos modelos computacionais para analisar o movimento e a decomposição dos plásticos ao longo do tempo", comentou Higuchi.


Os pesquisadores projetaram cenários que mostram que a redução proposta de 32% nos resíduos plásticos globais teria um impacto significativo em áreas severamente afetadas, como o Mar Amarelo e a região da China Oriental, onde se espera uma diminuição de até 63% na poluição por plásticos.


Iniciativas globais e desafios locais


Durante a Cúpula do G20 em 2019, em Osaka, Japão, foi introduzido o programa Osaka Blue Ocean Vision, que enfatiza a urgência de enfrentar a poluição marítima. Este projeto ambiciona erradicar a poluição adicional por plásticos nos oceanos até 2050, por meio de uma gestão de resíduos aprimorada e incentivos à inovação.


Os dados dessa nova pesquisa são vitais para avaliar o progresso das iniciativas em andamento e para fomentar o desenvolvimento de novas estratégias eficazes. No Brasil, a situação é alarmante: cerca de 325 mil toneladas de plástico são despejadas nos oceanos anualmente, o que compromete gravemente a biodiversidade marinha.


"A meta proposta pelo estudo é viável se aplicarmos estratégias como a melhoria na gestão de resíduos, a promoção de alternativas reutilizáveis aos plásticos descartáveis e o aumento da conscientização pública", sugere o professor Atsuhiko Isobe, da Universidade de Kyushu.


O panorama atual e o caminho a seguir


Com base nas estimativas, cerca de 25,3 milhões de toneladas de plástico foram descartadas nos mares em 2022. Os especialistas identificaram o tempo necessário para diferentes tipos de plástico se decomporem em partículas menores e mapearam as rotas de emissão dos poluentes.


Curiosamente, 80% do plástico encontrado nos oceanos se origina de resíduos terrestres, enquanto os outros 20% são resultantes das atividades pesqueiras, com a maioria sendo transportada dos rios para os mares.


"Estamos focados em entender o destino dos resíduos plásticos após sua liberação em corpos d'água", afirma Higuchi, reforçando a importância da pesquisa para o futuro da saúde oceânica. A luta contra a poluição plástica é um desafio global que exige ação imediata e coordenada para garantir a preservação dos nossos oceanos.


Redator: João



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