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Foto do escritorNina Fontana

Ruanda: o país livre de plásticos

Ruanda é um país localizado no centro-leste africano, fazendo fronteira com República Democrática do Congo, Tanzânia, Burundi e Uganda. O país ficou conhecido mundialmente depois do genocídio de 800 mil pessoas em 1994, durante graves crises político-sociais. Contudo, após esse evento devastador, Ruanda passou por grandes mudanças governamentais e comunitárias. Na últimas décadas, o país investiu em seu crescimento econômico, além de estar se destacando com seus investimentos na educação, saúde, igualdade de gênero, tecnologia e no meio ambiente.

A proibição dos plásticos

Na área ambiental, um projeto de grande avanço e exemplo mundial adotado por Ruanda foi a abolição dos plásticos. Com a perspectiva que esse produto gera diversas consequências negativas, como contaminação das águas, entupimento de drenagens e consequentemente ocorrência de cheias e danos à agricultura. Em 2008 foi instaurada a lei que proíbe nacionalmente sua produção, utilização, importação e venda. Quem descumprisse a lei, sofreria com consequências graves, como prisão a pessoas físicas e multas a empresas.

Inicialmente, o prazo para implementação da lei foi de seis meses, considerado curto por retalhistas. Na época, nem mesmo a própria indústria estava preparada para essa mudança tão drástica. Inicialmente, por exemplo, foi necessário usar sacolas de papel para a venda de carnes. Hoje em dia, nos mercados, as frutas e verduras são vendidas em cartuchos de papel ou sacos de algodão, normalmente levados pelos próprios consumidores. No caso de importação, a embalagem plástica é retirada dentro da alfândega. A única exceção é as sacolas de supermercados, que são biodegradáveis.

Porém, apesar da difícil habituação, o país conseguiu garantir a lei que segue mantida até hoje, tanto que a capital de Ruanda, Kigali, é a cidade mais limpa de todo o continente africano e uma das mais limpas do mundo.

O plástico como problema mundial

Há vários empecilhos para que essa medida seja instaurada no âmbito global. Por exemplo, a falta de regras internacionais que definem o que pode ser inserido na composição dos plásticos e sua distribuição torna quase impossível a redução da circulação desse material tão poluente. Dessa maneira, é necessário a implementação de um acordo entre os países para que assim haja ações significativas contra o crescente acúmulo de plásticos. Em 2021, um tratado global de controle de poluição plástica começou a ganhar mais visibilidade, mas ainda não foi estabelecido um acordo.

Dessa maneira, apesar de ainda faltar grandes passos para que esse obstáculo na luta contra a crise ambiental seja superado, não há como negar que Ruanda é um grande exemplo de sustentabilidade e traz esperança de que é possível que a era dos plásticos chegue ao fim.


Autora: Nina Fontana


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