A pesquisa do professor Gabriel Sales, da PUC-Rio, trouxe à luz descobertas fascinantes sobre a Mata Atlântica, especialmente no Parque Nacional da Tijuca (PNT). Ao estudar a Floresta das Paineiras, ele revelou que o replantio do Maciço da Tijuca pode ter começado nas décadas de 1840, duas antes do que se pensava anteriormente. Essas árvores centenárias preservam não apenas a história da natureza, mas também segredos climáticos valiosos.
As Paineiras, com suas grandes árvores e vestígios de moradias centenárias, servem como um tesouro histórico em meio às mudanças climáticas. Gabriel Sales, em sua pesquisa, destacou que entender a evolução da Mata Atlântica ali é como ter uma aula de restauração, oferecendo insights sobre como recuperar o bioma mais devastado do Brasil.
Os cedros, escolhidos para o estudo devido ao conhecimento detalhado de seu padrão de crescimento, revelaram informações cruciais. Datadas pela primeira vez, essas árvores testemunham o clima do Rio de Janeiro antes da industrialização, registrando em seus troncos os altos e baixos das condições climáticas. Esses registros agora oferecem uma perspectiva única para estudar o que esperar do clima, especialmente em tempos de extremos cada vez mais frequentes.
Semente de cedro, exemplar usado em estudo desenvolvido pelo departamento de Biologia da PUC-Rio — Foto: Márcia Folleto/Agência O Globo
Nogueira da Gama, um administrador muitas vezes esquecido, desempenhou um papel crucial ao ordenar o plantio de mudas de diversas árvores valiosas, como cedro, urucurana, catucanhém, peroba, ubapeba-sapucaia, merindiba-roxa e jacarandá. Sua contribuição para a preservação e restauração da floresta é agora reconhecida, especialmente considerando que o replantio pode ter começado sob sua supervisão décadas antes do que se pensava.
As árvores das Paineiras não apenas contam histórias do passado, mas também oferecem uma visão esperançosa para o futuro. Os cedros, com aproximadamente 169 anos, ainda estão em plena juventude, demonstrando que um século e meio não é nem mesmo meia vida para essas gigantes que fazem da Mata Atlântica uma das florestas mais espetaculares da Terra. Seu crescimento contínuo renova a vida na floresta, destacando a importância da preservação ambiental para as gerações futuras.
Redatora: Thaís Dionizio
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